Habilidades Humanas

O desenvolvimento das capacidades humanas permite ao indivíduo a interpretação das idéias e ações realizadas por outras pessoas e também contribui para que ele tenha iniciativas com base nas informações recebidas destas pessoas.

Considerada um dos principais objetivos da educação, a habilidade humana das pessoas leva muitos anos para ser completada. A mais conhecida é a cognitiva, que pode ser identificadas por dois métodos. O primeiro é a pesquisa programática, conduzida durante um determinado período, através de métodos experimentais e da análise fatorial, já a segunda é a pesquisa programática, que é muito usada nas escolas para identificar capacidades através da aplicação de testes de escolaridade e de capacidade, como por exemplo, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Dentro das capacidades cognitivas, podemos destacar cinco capacidades humanas consideradas as mais importantes: significado verbal, facilidade numérica, raciocínio, velocidade perceptual e relações espaciais. Estas capacidades são aquelas que, em relação a diversas outras, parecem ser as mais críticas no trabalho escolar. Entretanto, não são igualmente importantes em todas as idades. Conheça um pouco mais sobre cada uma delas:

Significado verbal: Capacidade de compreender idéias expressas em palavras. Nos últimos anos escolares é o índice isolado mais importante do potencial de uma criança na realização de suas tarefas acadêmicas;

Facilidade numérica: Capacidade de trabalhar com números, de manipular problemas qualitativos simples, rápida e de forma precisa, e de compreender e reconhecer diferenças quantitativas;

Raciocínio: Capacidade de resolver problemas lógicos;

Velocidade perceptual: Capacidade de reconhecer semelhanças e diferenças entre objetos ou símbolos, de modo rápido e preciso. Esta capacidade é importante para a aquisição de habilidades de leitura, mas tende a se estabilizar relativamente cedo;

Relações espaciais: Capacidade de visualizar objetos e figuras rotacionados no espaço e as relações entre eles.

Alguns estudiosos não aceitam o conceito de uma capacidade intelectual geral unitária ou de umas poucas capacidades mentais primárias. Isso pode ser percebido no modelo de Guilford (1967), que é o melhor exemplo da identificação sistemática de capacidades intelectuais específicas, pois define a capacidade como a união de uma operação, um conteúdo e um produto. Na estrutura do intelecto de Guilford há cinco operações, quatro tipos de conteúdo e seis produtos, portanto 5 x 4 x 6 = 120 capacidades.

Operações são os principais tipos de atividades ou de processos intelectuais. Coisas que o organismo faz com os materiais de informação, sendo esta definida como ‘aquilo que o organismo discrimina’. Podemos descrever as operações da seguinte forma:

Cognição: Descoberta imediata, consciência, redescoberta ou reconhecimento de informações sob várias formas, compreensão ou entendimento.

Memória: Retenção ou armazenamento, com certo grau de disponibilidade de informação, sob a mesma forma pela qual ela foi remetida para o armazenamento e em resposta aos mesmos índices em relação aos quais foi aprendida.

Produção divergente: Geração de informação a partir de um dado específico, em que a ênfase é sobre a variedade e quantidade de impulso (output) da mesma fonte. Provavelmente envolve o que tem sido chamado de transferência. Esta operação está mais claramente envolvida em aptidões de potencial criativo.

Produção convergente: Criação de informação a partir de uma dada informação, em que a ênfase é sobre a realização de resultados únicos ou aquele que foi aceito como o melhor. É provável que a informação dada (índice) determine completamente a resposta.

Avaliação: Tomar decisões ou fazer julgamentos a respeito da satisfação de um critério (correção, adequação, aceitação, etc.) de informação.

Conteúdos são classes ou tipos amplos de informação, discrimináveis pelo organismo.

Figurativo: Informação sob forma concreta, percebida ou relembrada possivelmente sob a forma de imagens. O termo ‘Figurativo’ implica na organização perceptual figura-fundo. A informação visual é figurativa. Diferentes modalidades sensoriais podem estar envolvidas, por exemplo, visual.

Simbólico: Informação sob a forma de signos denotativos, não tendo significados em si mesmos, tais como letras, números, notações musicais, códigos e palavras, quando os significados e a forma não são considerados.

Semântico: Informação sob a forma de significados aos quais as palavras se ligam, tornando-as mais notáveis no pensamento e na comunicação verbal. As figuras significativas também transmitem frequentemente a informação semântica.

Comportamental: É a informação, essencialmente não verbal, envolvida em interações humanas em que as atitudes, necessidades, desejos, disposições, intenções, percepções e pensamentos de outras pessoas e de nós mesmos estejam envolvidos.

Produtos: Meios que a informação toma no processamento que o organismo faz dela.

Unidades: Itens de informação relativamente segregados ou circunscritos, tendo o caráter de ‘coisa’. Podem se aproximar da ‘figura sobre um fundo’ da psicologia da Gestalt.

Classes: Concepções subjacentes a conjuntos de itens de informação, agrupados em virtude de suas propriedades comuns.

Relações: Conexões entre itens de informação baseadas em variáveis ou pontos de contato que se aplicam a eles. As relações são mais significativas e definíveis do que as implicações.

Sistemas: Agregados de itens de informações organizados ou estruturados; complexos de partes inter relacionadas ou que interagem.

Transformações: Mudanças de vários tipos (redefinição, substituições ou modificação) da informação existente ou de sua função.

Implicações: Extrapolação de informação, sob a forma de expectativas, predições, antecedentes, conhecidos ou suspeitos, concomitantes ou consequências. A conexão entre a informação dada e a extrapolada é mais geral e menos definível do que uma conexão relacional (Guilford & Hoepfner, 1966, p.4 in Klaumeier, 1977).

Três tipos de inteligência são associados por Guilford com os quatro tipos de conteúdo: A Inteligência concreta refere-se às capacidades que envolvem um conteúdo figurativo. Mecânicos, operadores de máquinas, artistas e músicos dependem fortemente destas capacidades. Inteligência abstrata refere-se às capacidades que envolvem um conteúdo semântico e simbólico.

Inteligência social está relacionada ao conteúdo comportamental, englobando o comportamento dos outros e de si mesmo.

O conceito de capacidades é mais significativo quando considerado em conexão com resultados de aprendizagem e com amplas áreas de conteúdo.

A capacidade de produção divergente é a contribuição mais importante da estrutura do intelecto, um novo modo de pensar sobre a natureza da inteligência. O fato de que muitas capacidades relativamente distintas têm sido identificadas coloca um desafio direto à noção de que todos os seres humanos podem ser classificados num único contínuo de capacidade intelectual geral e devem ser tratados de acordo com isso em ambientes educacionais e vocacionais. Alguns alunos dominam mais as capacidades de produção divergente do que de produção convergente, e vice- versa. Assim, a identificação de capacidades de produção divergente ou criativas já trouxe um impacto nas práticas educacionais e devia produzir muito mais modificações no futuro.

Outro ponto de vista a respeito da natureza das capacidades cognitivas é a de Gagné (1970 in Klaumeier, 1977) que identificou o que ele chama de ‘hierarquias de aprendizagem’. A unidade funcional de uma hierarquia de aprendizagem é a relação de uma habilidade intelectual superior com o domínio prévio das habilidades subordinadas essenciais para atingi-la. Gagné ilustra o conceito de uma hierarquia de aprendizagem relacionando as diversas habilidades intelectuais exigidas em realizações complexas, associadas com várias áreas de currículo da escola.

Gagné indica que qualquer conjunto de atividades de aprendizagem relacionadas que se acumula em níveis de realização sucessivamente superiores pode ser analisado em suas habilidades intelectuais constituintes e pré-requisitos. Assim, um número indefinido, mas muito grande, de capacidades intelectuais específicas ou habilidades, está implicado no conceito de hierarquias de aprendizagem. A inteligência do indivíduo é composta das habilidades que ele dominou.

De acordo com Lovell (1965 in Klaumeier, 1977), a capacidade G, também chamada de capacidade intelectual geral ou inteligência, é considerada a capacidade básica, subjacente a todas as atividades no campo cognitivo, além disso, é responsável por uma parte do que é comum a muitas tarefas específicas. Envolve a capacidade de ver relações relevantes entre objetos ou ideias e de aplicar estas relações a situações novas, porém similares. A título de exemplo, para resolver problemas aritméticos, para conduzir experimentos científicos ou para comunicar as próprias experiências sob forma escrita, os relacionamentos relevantes precisam primeiro ser descobertos e depois aplicados a cada situação específica.

Há dois grupos principais de capacidades. A capacidade v:ed inclui o que é comum às capacidades de fluência de palavras, verbal e numeral; e a capacidade k:m inclui o que é comum às capacidades espacial, mecânica e manual. A v:ed indica a capacidade de lidar com significados e relacionamentos de palavras na forma falada e escrita e de raciocionar com números e computá-los. (A ed implica na capacidade de tirar proveito de um tipo de instrução verbal). A k:m subdividi-se em três componentes: capacidade espacial – capacidade de perceber e interpretar relacionamentos entre as formas; informação mecânica - saber sobre coisas; e capacidade manual – ser capaz de usar instrumentos. (O m implica na capacidade de tirar proveito da educação técnica). Os seis grupos menores de capacidades podem ser, ainda, subdivididos se for aplicado um número suficientemente grande de testes mais específicos e se for dado prosseguimento à análise.

Segundo Sternberg (1992) a capacidade para a matemática pode ser vista do ponto de vista psicométrico e do processamento de informações. Na abordagem psicométrica a capacidade para a matemática se traduz no desempenho obtido em testes. Para o processamento de informações a capacidade matemática é definida ‘como todas as operações cognitivas, habilidades e conhecimento componentes das tarefas matemáticas’ ( Sternberg, 1992, p. 146).

Atualmente, o Brasil tem adotado exames, com o objetivo de analisar as capacidades e habilidades dos estudantes para determinadas tarefas nas diferentes áreas do conhecimento. Nestes exames as tarefas não são compartimentalizadas, fazendo-se uma relação totalmente interdisciplinar dos conteúdos, mas, as escolas parecem caminhar num sentido oposto ao proposto pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC).


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